Ao Copenhaga Fui abraçar-te Choraste por embaraçar-te Areal da praia Pedi noivado Melhor teria sido Ter-te atraiçoado Riba arriba bate bate Como trovoada Teu coração de donzela alvoraçada Refilas, desfilas Afias os meus sonhos Fazes-me sorrir e aos outros Andar tristonhos Quando subo queres descer Mal eu desço só voar Roubo um beijo a correr Toca a enxotar Agarrar é às escuras Navegar só à deriva Ai Jesus, que moça esquiva Campo relvado Vou demonstrar-me Apostas que eu só sei sujar-me Elogiei-te, estás ressentida Não guardas um sorriso Pra nada que eu te diga Tique no isqueiro Tique taque na queimada Pareces porta-voz da massa indignada Chamo o teu nome Tu avanças e recusas Não há quem chegue a ti Farol de Lampedusa Quando subo queres descer Mal eu desço só voar Roubo um beijo a correr Toca a enxotar Agarrar é às escuras Navegar só à deriva Ai Jesus, que moça esquiva Quando subo queres descer Mal eu desço só voar Roubo um beijo a correr Toca a enxotar Agarrar é às escuras Navegar só à deriva Ai Jesus, que moça esquiva Quando é para decidir Nunca sirvo para ajudar Se eu começo a divertir-me Oiço-te a bufar Se te amparo a cintura Tu sacodes-me lasciva Ai Jesus, que moça esquiva |
Informações: • Disponível no álbum Diabo na Cruz (2014). Letra e música por Jorge Cruz. Produzido por Jorge Cruz e Sérgio Pires. Misturado por Nelson Carvalho. Masterizado por Andy VanDette. • Disponível no EP Saias (2016). Recriação de Vasco Casais. Remix de Luso Beat. • Vídeo realizado por Marco Oliveira. Curiosidades: • Jorge Cruz: «A Bomba-Canção e a Moça Esquiva são os pólos extremos de onde Diabo na Cruz pode ir. Moça Esquiva é o lado mais pop que o grupo consegue fazer. Tem um lado humorístico, mas também é uma canção de amor. Um bocado desastrada, mas é.» • Jorge Cruz: «É uma canção sobre aquela tensão típica entre homem e mulher que é tão interessante. Quer a tensão doméstica, quer a tensão de quem sai à rua, de quem sai à noite à procura de um amor. Aqui é mais sobre como os homens e as mulheres são tão diferentes e às vezes mesmo a tentarem agradar-se desagradam-se uns aos outros. A verdade é que essa relação de atracção/repulsa é que faz a sociedade movimentar-se e avançar, faz as famílias acontecerem. E este casalinho da Moça Esquiva parece-me bastante simpático na forma como anda sempre às cabeçadas mas se interessa tanto um pelo outro.» • No EP Saias (2016), "Moça Esquiva" recebeu uma recriação de Vasco Casais (Dazkarieh) em modo rusga tradicional e surge remixada por Luso Beat (Manuel Pinheiro) como "iMoça" numa versão electrónica. • Jorge Cruz sobre as recriações de "Moça Esquiva" no EP Saias: «A gente ouve muito tipo de música diferente e às vezes achamos ou temos um bocado o delírio de que Diabo na Cruz e a música tradicional portuguesa poderiam ser todo o tipo de coisas. Houve um lado meio conceptual de brincar com a Moça Esquiva, que é a nossa música mais pop e que para algumas pessoas até foi um bocado estranha. Houve essa tentação de fazer uma versão muito tradicionaleira com instrumentos tradicionais, que é o Vasco Casais dos Dazkarieh que faz, e depois fazer uma versão extremamente electrónica e abstracta que acaba por ser o nosso Manuel Pinheiro (Luso Beat) a fazer.» Comentários: • «Moça Esquiva vive de uma fantástica linha de sintetizador xunga, que não ficaria mal num disco de Roy Ayers.» Ipsílon • «Moça Esquiva é o ingrediente esquisito, aquele que dá um toque diferente e especial ao menu de degustação. Com o seu sintetizador manhoso, e o seu sample de gosto duvidoso, é uma reflexão deliberada sobre o lugar que o mau gosto deve ocupar na música considerada credível, não só pelo prazer estético kitsch que proporciona mas também pelo seu poder de questionar as normas do gosto – intolerantes por definição.» Altamont |
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